sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Misturas

Não o sei...
Por mais que olhe vasculhe, procure, invente.. não o sei.
São misturas de sonhos numa balança viva, em constante rodopio no sentido contrario aos ponteiros dos relógios.
Estou encaixada nesse momento onde o girar do tambor é cada vez mais rápido e eloquente.
Onde as cores desbotam por sabedoria, os pensamentos que não se encaixam em lado nenhum.
Fiz misturas.
Esquecendo-me de propósito da lógica padronizada, misturando as cores numa única lavagem.
olho, e procuro mas onde está a essência?
A que te sabe? Não o sei..
Procuro, por aquele sentido desnutrido de verdade. Porque não mo dizes?
Memórias mantidas, desprovidas de conhecimento meu. Saudade?
Não importa, afinal fiz misturas, entre o ontem e o hoje , o presente e o passado.
Na reta final dos rodopios intensos,quando a viagem das cores se torna branda,
Já o sei, e sei-o bem
Misturas, afinal... são só misturas.








quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O mundo é louco, definitivamente louco

Desenganem-se todos aqueles que até hoje vêm o mundo, um local seguro.
O mundo é louco e pior do que isso é que eu estou metida nele.
Olho em volta e oiço falar de e sobre tanto. Opiniões vinculadas sobre assuntos incertos.
O que vai acontecer amanhã? Quem subirá ao governo? Do país? Dos países? Da Europa? Do mundo? Quem será a nova potencia mundial?  Quem é que tem que agir? Sou eu? És tu? Os Velhos? Os novos? Servirá de algo o nosso voto? E em que votar? quem nos vai garantir um desafogo? Iremos superar aquela coisa a que chamam de crise? Apertem os cintos! e depois? Apertamos? Aumentem-se os impostos, retirem-se subsídios! e agora? Sufocamos? Aumentem os Ivas ? É para rir? Rimos todos? Ou só aqueles que  podem ter a "placa" completa? Onde pára o dinheiro dos pobres? Dinheiro? e o que é isso?
Isso, foi um pequeno monstro que criamos á uns tempos atrás, a propósito de nada.
Cria-mo-lo com o intuito de tornar tudo mais fácil, com o intuito de o bem gerir mas hoje é ele que nos gere a nós humanos, e não nós que o gerimos. Pensemos. Hoje o dinheiro não se move pelas pessoas mas nós, nós sim, move-mo-nos por ele.  Tal como nos filmes de zombies em que estes retornam a vida depois da morte só e apenas sedentos do desejo pela fresca carne ainda humana. Que desequilíbrio tão "desnatural".
Uns lutam por poder, outros lutam  por poder viver, mas a vida não é um bem essencial que a todos deveria assistir? Coube-nos a nós um pensar e agir mais á frente somos os únicos seres racionais, pensamos, e supostamente temos inteligência, é aqui que eu pergunto: Que raio de responsabilidade nos foi dada? Onde pára a nossa inteligência e capacidade de tornar o mundo um lugar melhor?
O mundo é louco acreditem!
Hoje temos prontamente e ao nosso serviço demasiadas coisas inúteis, fúteis, fomos seres capazes de as criar, para quê? Para nosso conforto. Outras tantas dessas coisas são-nos muito úteis e ai nos prezo, mas e onde está a essência da vida? Está no telemóvel que todos os dias carregamos e sem o qual, estupidamente, achamos que não conseguimos viver? Está no carro que nos leva para quase todo o lado? No computador que nos afasta dos sentidos? Na tamanha tecnologia que não pára de crescer? Era-mos tão básicos e inventamos todo o inimaginável.
Somos racistas, todos. África do sul, como é possível que se entrem em casas de outros, apenas com o prepositivo de provocar o terror? Como permite a alguém, que irá provavelmente ficar á "frente" de um país, que diga, " Aos brancos, que se lhes dêem um tiro na cabeça e caso não concordem com tal que saiam do país " . Histórias desoladoras de crianças atiradas para banheiras com agua nos 100 Cº vendo armas apontadas aos pais,E os pais a sentirem a Impotencia a correr-lhes pelas veias. Violam-se sinas traçadas de sentimentos  ruins. Afeganistão, porque se permite a desvalorização da mulher? Onde e quando termina a guerra? Porquê que há guerra?
Quantos Mundos haverão para além do nosso? Muitos? Nenhuns?
Mas que raio como é que eu vim aqui parar? Porquê? O que é que estamos a fazer?
O barco embrenha-se pelas aguas e a orquestra não pára de tocar, nós continuamos a ouvi-la sem nada fazer. E quando as aguas nos chegarem ao pescoço? E quando sentir-mos a gélida dor de já não poder mais fazer? Não interessa, que a orquestra continue e agora que dancem! Em qual das 20 salas atrás ficou esquecido, depositado, aquilo que realmente somos? Onde estão os valores? os verdadeiros motivos pelos quais deveríamos envergar, onde estão as Boas energias? de que lado está a razão? Quem somos? Porque somos dotados desta estupidez que não acaba.?
Queremos mudar o mundo mas hoje estamos cansados.
Queremos mudar o mundo, mas o que que vamos fazer sozinhos?
Queremos mudar o mundo, não sei que fazer?
Queremos mudar o mundo, mas deixa-mo-lo inconscientemente para amanhã.

É urgente acreditar que somos capazes! Não foram precisas 60 mil pessoas de uma vez para se criar qualquer religião. Bastou uma apenas uma. Tapemos as grandes falhas deste barco do meu barco, do teu barco. Não permita-mos que a água nos afogue, quando ainda podemos fazer algo. É urgente que se acredite. é urgente procurar a nossa essência, aquilo que perdemos. É urgente um novo caminho porque este não é o certo. Se não está a funcionar então mudemos a estratégia! e não percamos mais forças em algo que não tem funcionado. Que se mexam as vontades e as entranhas. que se mexam os desejos e os sonhos.

O Mundo é definitivamente louco, mas piores somos nós, que o criamos assim.




sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Tudo de algo.

" Arrastei-me por este mundo solto durante décadas,
Encontrei pessoas do tipo A, B, C, X, Y e Z.
Senti-me sempre à parte, seria mais? Seria menos?
Diferente sempre fui, disso tenho a certeza.
Melhor? Pior? A realidade é diferente consoante os olhos que a vêem.
Sempre me considerei melhor, mas a humildade nunca foi o meu forte.
Daí a minha incerteza. Serei deste mundo?
Porque é que me hei-de considerar melhor se todos temos as nossas diferenças?
Foi algo com que me fui debatendo durante a minha existência.
Dificuldade em ouvir, dificuldade em aceitar sempre estiveram latentes em mim.
Hoje percebo que o meu pior é o meu melhor. Porque é o que me faz diferente.
Teimosia nata. Mania da certeza.
Nenhum destes atributos me deu sorte na vida. Pelo contrário.
Aprendi que para sobreviver nesta selva teria de me moldar.
Moldar-me à mais simples insignificante população sem sentidos e sem objectivos.
Pessoas que só vivem para morrer.
Eu pelo contrário, vivo para viver!
Tenho medo da morte porque não quero deixar este mundo.
Por muito solto que ele seja, quero deixar-lhe a minha marca.
Quero provar que a minha diferença não existe por acaso e que nasci para dinamizar este gado incandescente que se habitua a tudo.
Liderar? Nunca ansiei por isso na verdade, mas no fundo sempre soube que estava destinado.
Pode ser verdade. Pode ser a minha hipocrisia a funcionar.Pensava eu...

Até que um dia encontrei-te.
Conheci-te e soube que podia ser como sou.
Soube que afinal não estava sozinho.
Que havia alguém que sentia o mesmo que eu.
Alguém que gostava de mim por aquilo que sou.
Com a minha maneira de ser especial e diferente.
Alguém que se ria da minha teimosia e me fazia rir.
Descobri que para recomeçar era só preciso ter vontade de felicidade.
Era de ti que eu precisava.
Foi por ti que sempre ansiei.
Tens aquele espírito aventureiro.
Não dizes que não.
Tens personalidade!
Um sorriso teu mexe comigo por dentro, faz me querer rir.
A tua luz interior ilumina-me no escuro.
Mostra-me aque a felicidade existe e que posso ser feliz neste mundo vago de personalidade.
Gostava de me dar a ti totalmente.
Mas para isso preciso de confiar em ti e eu só posso confiar totalmente em quem me mostra confiança.
Espero pelo dia que me queiras contar os teus problemas assim como te contei os meus.
Partilhei contigo segredos de que tenho medo de falar.
Dei-me a ti. Dei-te a minha família.
Agora deixo uma lágrima cair por ti, porque pensava que não me ias deixar.
Porque esperei e dei-te muitas oportunidades para me confiares os teus medos.
Como podes dizer amar alguém e não partilhar com ela a tua vida?
É descabido não é?
No entanto eu partilhei a minha contigo e mostrei-te os meus medos.
E os teus?
Não sou um porto seguro para todas as dificuldades?
Eu disse-te sempre que sim.

Ansiei que te desses a mim totalmente, não só em palavras mas em sentimentos.
Atitudes. Reacções.

Não preciso que me digas a toda a hora que gostas de mim.
Eu sei.
E de vez em quando sabe bem ouvir. A toda a hora não.
Porquê?
Porque sou daquela espécie já extinta que veio por engano a este mundo.
Porque a minha personalidade não é deste tempo.
Acredito que algures no espaço está uma estrela à minha procura.
Essa estrela é a minha casa.
E nessa estrela todas as pessoas pensarão como eu.

Será que vens dessa estrela também? "


Para: Mim
De: João Francisco Teles

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Parabeni, Mana mia (:

Amo-te. Tenhas tu 2, 3, 4, 5, 17, 20 e tantos anos. Amo-te na mesma.
As saudades apertam e fazem desesperar o querer de um abraço que não chega.
Sinto-te a falta, Hoje e Amanhã. 
É difícil não estar ai, é difícil não poder ver-te crescer. E doi, doi tanto não poder comemorar junto a ti mais este teu ano de vida. Mas outros tantos virão e eu vou lá estar ainda que de forma figurada.
Parabéns! Estás a crescer e daqui a uns dias dás-me um sobrinho.
Mais um ano, mais uma vitória fadada de história. E poderás contar comigo no "para sempre".
Parabéns maninha! Parabéns pela mulher em que te vais tornando ao passar de cada dia. Parabéns pela tua doce e sincera forma de ser. Parabéns pela forma como te tratas, pelo modo como te dás aos outros. Parabéns por tudo o que significas ontem hoje e amanhã. Contudo quero dizer-te para que todos os dias pratiques a coragem, sem medo. Sem te desviares um milímetro que seja daquilo que és, nunca te acanhes, nunca te rebaixes, nunca fiques com nada por dizer. és mais brava do que pensas e o teu corpo mais resistente do que imaginas, segue. Vai contigo onde quer que queiras. Conta com aquilo que tens. Ouve o bichinho que te diz esquerda quando toda a gente te diz direita (esse bichinho és tu, não o pises).Pratica a tua intuição,erra as vezes que forem precisas. Dorme descansada. Tu não és mais ninguém, não o precisas. Por mais que te gritem o contrário, tu és tu. E és LINDA.Ponto. Por isso pratica o que tens. Pratica o que só em ti existe e é raro nos outros. Pratica o desplante, a candura, o desproposito, o magnânime, o estrambólico, o desarrumadinha e o absurdo. Terás mais do que tempo para te tornares arrumada. Não te leves tão a sério. Pratica quem és, só assim serás unicamente inteira. 

Parabéns mais uma vez.
Amo-te até ao fim do céu.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Vontade

Hoje tenho ligada à saudade a vontade de um beijo pousado no joelho.
Um enlace num sofá, no sofá, naquele sofá onde tu e eu abraçados saboreamos aquela curta metragem romancista.
De costas no teu peito repouso a cabeça ao teu ombro e deixo-me aninhar por ti.
Tu deixas, queres, precisas desse momento tanto quanto eu, acolhes, acarinhas, deixas-te aninhado em mim também.
Soltas ao meu ouvido pequenos sinceros segredos que despertam sorrisos.
Olho teu em olho meu.Olhos que passam sensações que os lábios não ditam.
Hoje é dia de ficarmos vestidos em pijamas no cantinho que conseguimos ter como nosso.
É dia de uma guerra de almofadas, feitas de penas, de cocegas e reboliços no tapete.
Hoje é dia de namorarmos a comida que cozinhamos, para logo a saborearmos à luz média de uma vela acabada de acender.
Por mais vezes que o sol nasça lá fora, por mais que sete luas se cruzem quero-te/me aqui, neste nosso mundo construído a dedo.
Onde não são necessárias palavras, porque tudo de mim em ti se escreve e vice-versa, tudo em ti é cúmplice de mim e vice versa. E ao chegar ao fim do dia quero senti-te tão aqui como quando se acordou pela manhã.
O teu cheiro no meu, o teu toque no meu, o meu som em ti, hoje , aqui.
É fim-de-semana, tenho ligada à vontade a saudade de um beijo pousado no topo do ombro.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Carrossel (:


Só tu e eu, e vice versa, sabemos o quanto de nós tem um carrossel  ou o quanto, um carrossel tem de nós (:







Quando me faltares, hás de me fazer mesmo falta.
Por isso nunca me faltes (ainda que o nunca seja demasiado tempo).


terça-feira, 28 de junho de 2011

Refúgio*

Naquele pedacinho de sótão resguardado no céu, fica agora secreta esta tua/minha história.
Por entre palavras trocadas a medo de se romperem num desejo tão mais que comum, abriste-me as janelas que apontavam o caminho ladrilhado para esse resguardo que eu não tomava como meu. Degrau ante degrau, vestido padrão em flor, sapatinho tom rosa pálido de ballet, cabelos louros longos e ondeados, salteei degraus numa subida indeterminada “no” e pelo tempo. Percorri mundos de cheiros, apetites, sonhos, desejos, mundos de sons onde se acentuam as harpas dos arcanjos, dancei e alcancei tesouros.
Num tão intenso rodopio, fruí contigo de nós e de ti.
Momentos perfeitos para serem vinculados em retratos num tom de sépia cadente.
Porque é isso que acontece sem que nos apercebamos. Embargamos momentos, os nossos momentos, em eternas galerias de retratos rematados pela passagem dessa dita idade. "E de quantas galerias é feita a nossa vida? Quantos retratos perfeitos já ficaram sete salas atrás? Quantas mais molduras iremos pendurar?"
 Tal como às molduras meramente empoeiradas, vou levar-te pé ante pé, para esse meu pedacinho de sótão no céu. Deixo-te secretamente por ali permanecer escapulindo-me como algodão doce a derreter na boca. Olho-te á distância de um fechar de porta e vejo descobrires memorias minhas. Em gesto de contentamento fecho a porta dos retratos que me sabem a tanto no palato.
No tom tépido do céu azul estão marcados pequenos pássaros livres que esvoaçam á medida que me vêm passar, desbotam de mim aquele sorriso translucido. Deixo-me adormecer na pureza daquela leve nuvem branca à espera de cá voltar um dia e poder saborear-te em forma de memória eternamente perfeita.