Naquele pedacinho de sótão resguardado no céu, fica agora secreta esta tua/minha história.
Por entre palavras trocadas a medo de se romperem num desejo tão mais que comum, abriste-me as janelas que apontavam o caminho ladrilhado para esse resguardo que eu não tomava como meu. Degrau ante degrau, vestido padrão em flor, sapatinho tom rosa pálido de ballet, cabelos louros longos e ondeados, salteei degraus numa subida indeterminada “no” e pelo tempo. Percorri mundos de cheiros, apetites, sonhos, desejos, mundos de sons onde se acentuam as harpas dos arcanjos, dancei e alcancei tesouros.
Num tão intenso rodopio, fruí contigo de nós e de ti.
Momentos perfeitos para serem vinculados em retratos num tom de sépia cadente.
Porque é isso que acontece sem que nos apercebamos. Embargamos momentos, os nossos momentos, em eternas galerias de retratos rematados pela passagem dessa dita idade. "E de quantas galerias é feita a nossa vida? Quantos retratos perfeitos já ficaram sete salas atrás? Quantas mais molduras iremos pendurar?"
Tal como às molduras meramente empoeiradas, vou levar-te pé ante pé, para esse meu pedacinho de sótão no céu. Deixo-te secretamente por ali permanecer escapulindo-me como algodão doce a derreter na boca. Olho-te á distância de um fechar de porta e vejo descobrires memorias minhas. Em gesto de contentamento fecho a porta dos retratos que me sabem a tanto no palato.
No tom tépido do céu azul estão marcados pequenos pássaros livres que esvoaçam á medida que me vêm passar, desbotam de mim aquele sorriso translucido. Deixo-me adormecer na pureza daquela leve nuvem branca à espera de cá voltar um dia e poder saborear-te em forma de memória eternamente perfeita.
Tal como às molduras meramente empoeiradas, vou levar-te pé ante pé, para esse meu pedacinho de sótão no céu. Deixo-te secretamente por ali permanecer escapulindo-me como algodão doce a derreter na boca. Olho-te á distância de um fechar de porta e vejo descobrires memorias minhas. Em gesto de contentamento fecho a porta dos retratos que me sabem a tanto no palato.
No tom tépido do céu azul estão marcados pequenos pássaros livres que esvoaçam á medida que me vêm passar, desbotam de mim aquele sorriso translucido. Deixo-me adormecer na pureza daquela leve nuvem branca à espera de cá voltar um dia e poder saborear-te em forma de memória eternamente perfeita.
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