terça-feira, 28 de junho de 2011

Refúgio*

Naquele pedacinho de sótão resguardado no céu, fica agora secreta esta tua/minha história.
Por entre palavras trocadas a medo de se romperem num desejo tão mais que comum, abriste-me as janelas que apontavam o caminho ladrilhado para esse resguardo que eu não tomava como meu. Degrau ante degrau, vestido padrão em flor, sapatinho tom rosa pálido de ballet, cabelos louros longos e ondeados, salteei degraus numa subida indeterminada “no” e pelo tempo. Percorri mundos de cheiros, apetites, sonhos, desejos, mundos de sons onde se acentuam as harpas dos arcanjos, dancei e alcancei tesouros.
Num tão intenso rodopio, fruí contigo de nós e de ti.
Momentos perfeitos para serem vinculados em retratos num tom de sépia cadente.
Porque é isso que acontece sem que nos apercebamos. Embargamos momentos, os nossos momentos, em eternas galerias de retratos rematados pela passagem dessa dita idade. "E de quantas galerias é feita a nossa vida? Quantos retratos perfeitos já ficaram sete salas atrás? Quantas mais molduras iremos pendurar?"
 Tal como às molduras meramente empoeiradas, vou levar-te pé ante pé, para esse meu pedacinho de sótão no céu. Deixo-te secretamente por ali permanecer escapulindo-me como algodão doce a derreter na boca. Olho-te á distância de um fechar de porta e vejo descobrires memorias minhas. Em gesto de contentamento fecho a porta dos retratos que me sabem a tanto no palato.
No tom tépido do céu azul estão marcados pequenos pássaros livres que esvoaçam á medida que me vêm passar, desbotam de mim aquele sorriso translucido. Deixo-me adormecer na pureza daquela leve nuvem branca à espera de cá voltar um dia e poder saborear-te em forma de memória eternamente perfeita.




terça-feira, 21 de junho de 2011

Quando a praia é só tua e nela podes fazer tudo o que te apetece. 


Já CHEIRA a verão!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Tenho tudo que é tanto, e nada que fá-lo ser tão pouco.

Vejo esse mundo ficar cada vez menos meu.
Não o sinto mais aqui e que tanto me custa sabe-lo tão longe.
Passa por mim como vento e com ele leva pessoas que me são tudo e muito.
Anseio agarrar-lo de novo mas não consigo, talvez por já não o querer assim tanto.
Tento ser aquilo que em tempos fui, mas tal já não é possível, não seria mais Eu se o conseguisse.
Porque o meu Eu é um misto de tudo o que fui entre o ontem e o hoje,
Mudei, cresci, todos os dias passei por alguém que me mostrou um outro lado,uma outra perspectiva, todos os dias vivi como se o amanha não houvesse mais, todos os dias sorri quando mais a saudade apertou, sorri também quando mais precisei de chorar, todos os dias conheci, dei a conhecer, corri cada esquina em procura daquela viagem que nos torna ainda mais fortes. Aquela viagem que se começa de pequenino.
Dei voltas, rodopios ao mundo e pelo mundo, transformei-me e transformei aqueles que me rodeiam, agora não consigo deixar este ciclo vicioso de estar BEM no "aqui" e no "agora".
E hoje sou "isto", um "isto" que é tanto para tanta gente e nada para tantos outros.



Ouvi dizer por ai, que nada é igual ao que foi .
Até o mais pequeno grão de areia é uma réstia de algo que já não é nem será mais.

sábado, 11 de junho de 2011

More than words Is all you have to do to make it real.