Hoje tenho ligada à saudade a vontade de um beijo pousado no joelho.
Um enlace num sofá, no sofá, naquele sofá onde tu e eu abraçados saboreamos aquela curta metragem romancista.
De costas no teu peito repouso a cabeça ao teu ombro e deixo-me aninhar por ti.
Tu deixas, queres, precisas desse momento tanto quanto eu, acolhes, acarinhas, deixas-te aninhado em mim também.
Soltas ao meu ouvido pequenos sinceros segredos que despertam sorrisos.
Olho teu em olho meu.Olhos que passam sensações que os lábios não ditam.
Hoje é dia de ficarmos vestidos em pijamas no cantinho que conseguimos ter como nosso.
É dia de uma guerra de almofadas, feitas de penas, de cocegas e reboliços no tapete.
Hoje é dia de namorarmos a comida que cozinhamos, para logo a saborearmos à luz média de uma vela acabada de acender.
Por mais vezes que o sol nasça lá fora, por mais que sete luas se cruzem quero-te/me aqui, neste nosso mundo construído a dedo.
Onde não são necessárias palavras, porque tudo de mim em ti se escreve e vice-versa, tudo em ti é cúmplice de mim e vice versa. E ao chegar ao fim do dia quero senti-te tão aqui como quando se acordou pela manhã.
O teu cheiro no meu, o teu toque no meu, o meu som em ti, hoje , aqui.
É fim-de-semana, tenho ligada à vontade a saudade de um beijo pousado no topo do ombro.